quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Meu próprio carnaval

Por que acordo?
Ainda quero sonhar,
ainda quero viajar nas asas da imaginação,
subir o mais alto possível,
pular
e não cair,
apenas voar.

Não quero o mundo real,
quero o meu mundo!
Andar na montanha russa,
cansar e parar,
olhar para cima e ver
o céu azul
cair sobre mim,
me engolir,
me absorver,
me levar para o alto,
me apresentar a Deus.
Quero ver eu me curvar,
reverenciar,
indagar,
fugir dali,
correr por entre as nuvens,
temer o que há depois delas,
enfrentar o precipício
e o que me espera lá embaixo.

Voltar à minha vida
para olhar dentro de mim,
ter a impressão de não me conhecer,
sentir um frio estranho,
um toque que vem por trás,
um sopro em meu pescoço.
Não mais sendo eu sou,
minhas palavras são ouro,
tenho poderes,
sou um super-herói,
mas ainda temo o que há além,
o desconhecido,
porém, agora o enfrento.

A terra me engole,
me subterra,
me leva ao fundo,
frente ao Diabo,
a ele também indago
e de suas amarras me solto.
Livre eu volto,
ao mundo normal,
a vida real,
ao meu próprio carnaval.

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