sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Noite mar


É noite mar, mulher;
é céu de vários pontos
(brilhos)
é deserto estelar
de fios
de caudas
de cometas;
é escuro e frio
nas órbitas
de meus planetas.

É noite mar, mulher,
é noite sem poder te amar, mulher,
é noite amarga
sem doce na colher,
não há mais vida,
há pouca agitação,
há apenas sonhos;
uma ilusória ficção.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Imagem


Sou apenas imagem
que fazem
de mim.

Sou apenas um terço
do preço
de mercado.

Desvairio


Queria embriagar-me!
Sair desvairado pelas ruas
sem rumo qualquer,
sem um medo sequer,
sem sentir o frio que vem do mar
no vento permeado de gotículas
de ondas noturnas,
nas noites soturnas
de Salvador.

Não tenho sono


Não tenho sono.
O corpo está cansado,
precisa dormir,
mas não tenho sono.

Abertos, os olhos se guiam pelo escuro
tentando enxergar
a saída
dessa noite que não passa,
dessa vida.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Poema de noite só


Tateio a procura
de seu corpo
no escuro
do quarto.

Confesso,
em resmungo baixo,
minha decepção
quando não te acho.

A flor que nasce na lama


Os mesmos fantasmas de sempre
rodeiam as noites mais tristes;
e a pequena flor que nasce na lama
sorri para mim.

Por trás dos altos prédios
não há sorriso algum,
há sim pedaços de homens
marcados pela dor
e mutilados pela fome.

E a pequena flor que nasce na lama
sorri para mim.

Nas voltas da condução
volto em torno do coração
embaraços e nós atados
que não nos mostram a solução,
então sigo o meu caminho
para casa e sozinho
tentando encontrar
alguma razão.

E a flor que nasce na lama,
não mais sorri para mim.