terça-feira, 25 de outubro de 2011

Me namore


Venha,
me chame,
me ame,
me devore,
não demore;
me namore
e me namore.

Escondido


Escondo-me embaixo das cobertas
esperando o sono vir,
mas ele não vem
e a noite passa lenta
como as gotas de água da chuva que caem do alto do prédio,
uma
a uma,
em poças enlameadas.


Salvador


Quis cantar-te, Salvador,
nos versos singelos
deste que te nutre tanto amor.

Não pude escolher-te, meu amor,
mas tive a sorte de pousar
em seu leito vasto e acolhedor.

Aqui deleitei-me em seu fervor,
no misturar de sentimentos
dos sorrisos imensos até a dor.

E como o perfume doce de uma flor,
entranho-me por suas ruas
desaparecendo com o vento
que vem do interior.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Som da chuva

Fez silêncio o dia inteiro;
não se ouvem vozes,
não se ouvem músicas,
apenas o som da chuva
que cai ininterrupta

e o som do vento
que entra violento
por pequenas frestas
nas janelas.

Existe aqui


Existe aqui uma menina,
uma garota,
uma mulher;
a toda hora sempre boa
como água de lagoa
ou brigadeiro na colher.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Minha pobre poesia


Já há algum tempo não te tenho mais tão em mim, poesia.
Agora, nesse fim de dia
a busco como consolação
de uma noite que será curta
nesta primeira semana de horário de verão.

A mim só restam uns pensamentos
indo lá longe,
atrás de quem se esconde
embaixo de lençóis .

No frio desta noite
a escolho como única companhia,
minha pobre poesia.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Sono


Meus olhos vermelhos
lacrimejam embaçados
pelo sono
que me leva à cama
e me faz cair
como um tijolo cai do alto de um prédio,
pesado,
e rápido.

O quarto ventila frio,
à pouca luz que ilumina
o que crio.

Contrapondo-me ao desejo iminente de dormir,
sigo desbravando os versos
deste poema simples
que me mantém acordado
a olhá-lo
(ininterruptamente)
à procura de uma rima
convincente
para, enfim,
chegar a seu fim.