segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Ninho de passarinho

No alto da cerejeira
É feita vida

Num ninho de passarinho
Que a mãe nos brinda

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Tentativa frustrada de ver o mar

Se a estrutura dessa cidade tivesse me permitido,
Hoje eu teria visto,
O mar.

Mas no asfalto quente
Intercondôminal,
Eu suei.

Coração morto

Estava sentado enquanto esperava
E pensava em dar um tiro,
Em meu coração

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Grito de dor

Me viro
E grito
(Sozinho
No canto
Da parede)
De dor

Vazio

Apartamento vazio
O silêncio no fio
De um toque a um sinal
A porta estremece
Alguém bate lá fora
Quase a derrubando
E a mesa se arrastando
Fotografia no centro
Flores mais ao canto
Olhar sereno
Na sala vazia
Ao som da água
Pingando na pia

Hai

cheiro de fim de feira
é fruta podre
na geladeira

kai

árvore morta no quintal
apenas mais um
pedaço de pau

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Eu

Me encosto à porta entreaberta
do quarto quente
a meia luz

A cama me chama
para o sono profundo
e um sonho do mundo

Um sonho do eu,
mas quem sou eu
se não um sonho?

Vivo, mas não sei se sou eu
um pensamento de um outro
ou só um pouco louco.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Exploda coração!
Inflame-se o máximo possível,
Grite de dor
E morra...
Adormecido dentro de mim,
Que adormeço dentro dela.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Não viver

Se eu não te tenho
E não te sonho
E não te compro
E não te vejo
E não te roubo
Um só beijo
Então não vivo

Te viver

Preciso viver o mundo,
Para te viver
Meu tudo.

Giramundo

O mundo gira
E nos derrama à cabeça,
Toda a merda que jogamos para cima.

Blackout

Em um instante de silêncio
Todas as luzes se apagaram

E no céu brilharam estrelas
Que nunca mais brilharam