terça-feira, 31 de agosto de 2010

Pequena partícula de nada

Queria que houvesse uma explosão agora,
Daquelas como o big bang
E que todo o universo se tornasse uma pequena partícula de nada
E nos reduzisse a nada.

É... nesse momento queria não ser nada,
Queria não existir por uns minutos,
Apenas dormir.
Isso sim, queria dormir.
Dormir por dias, semanas,
E quando eu acordasse
Um beijo eu recebesse
Em meio a um sorriso
Que eu tanto espero ver.

Acho que seria melhor se eu gritasse ao mundo o que sinto.
Te gritasse o que sinto!
Mas tenho medo de seus ouvidos não estarem tão atentos à mim
E de seus olhos estarem distantes
Que não veriam a minha vergonha em te declarar qualquer coisa.

Quero que você morra!
Que você morra em mim,
Que morra seu coração,
Para que nunca mais ame.
Quero enterrá-la fundo nas lembranças,
Escondida de todos,
Um segredo.

Admito meu choro.
Admiro esse choro,
Pois nunca antes tinha derramado lágrimas mais verdadeiras do que essas.

Ah! Mundo!
Quero que vá para o inferno!
E leve consigo todos,
Todos que aqui estão,
Sem exceção!

Afirmações sobre uns fins

Acabou a bebida,
Acabou o tempero
E a comida perdeu o gosto.
Acabaram os beijos,
Acabaram os sorrisos,
E os toques delicados em seu rosto.
Acabou o meu tempo,
Acabou o silêncio
E o contentamento.
Acabaram as linhas,
Está quase no fim a tinta,
Acabou o dia,
Acabou a poesia.

Partida

Ela sem a mínima compreensão foi embora.
Não quis nem acordar-me para avisar de sua partida
Ou dar-me um beijo no rosto como despedida.

E assim ela foi,
Sem um bilhete sequer
Sem uma explicação qualquer
Do porquê de estar indo embora.

Ela que antes se entregava nua
Ao deleite de prazeres sexuais intensos
E gritava o meu nome
Em meio à gemidos agudos,
Deve ter me olhado pela última vez sem sentimento algum.

domingo, 29 de agosto de 2010

Três e meia

No mesmo lugar
Todos os dias.
Em dias chuvosos,
Ou no sol do verão
O mesmo caminho
É feito até lá.
As mesmas escadas,
O mesmo ar,
As mesmas pessoas
Que não cansam de olhar
A rotina intacta
Dela, que às três e meia
Já está ali a esperar.

O que ela espera,
Não se sabe.
Trás consigo um saco cheio de roupas,
O mesmo saco e as mesmas roupas.
As estende no banco,
No banco que não há quem ouse sentar,
E então se senta ao lado
E ali, parada fica,
Com um foco não se sabe onde,
Através de um óculos embaçado,
Que parece não servir de nada,
Pois o seu olhar está no passado,
Nas lembranças que para sempre ficaram
E ainda a faz sorrir.

Alguma inspiração

Naquele lado tem um lugar bom,
Lá, perto da praia,
Onde o vento é mais frio
E a noite é mais escura.

Lá as ondas são ouvidas
Quebrando nas pedras,
Trazendo respingos gelados de água salgada,
Que confundimos com uma chuva que não existe.

São poucos os que se arriscam
A estar por lá.
Somente aqueles que buscam roubar do mar
Alguma inspiração,
Tendem a se sufocar
Na fumaça de um cigarro qualquer
Com o intuito único de se esquentar.

Você que passa por aqui,
Junte-se a mim
E vamos juntos viajar,
Por uns versos tortos,
Por meus segredos mais profundos.

Meu coração está aberto,
Está leve,
Está voando,
Está livre.

Seus olhos negros devem ser imortalizados,
Por isso esse espaço
Dentro desse poema sem graça
Para eles.
Para talvez assim haver um pouco de beleza nesses versos.
Que olhos!
Meus deuses! Que olhos lindos são aqueles!
Que me olham de uma forma infantil,
Tão sutil...

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Down, down, down low,
To the ocean fire,
To the sky on fire,
To the ocean sky
Blue as your eyes.

Come, come, come together,
Let's sing along,
Our old song,
Let's get our friends
And fly away.

We can go anywhere.
Our mind should take us right
To where we belong,
So far from this world,
So far from their cold
Lives.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Gone

Through the rain,
Through the pain,
Once again
The love has gone away.

Nowhere to be found,
Down to the ground,
Screaming so loud
Dying in my hands.
And now to the end,
I'll search it again.

Eu não sou poeta

Não!
Eu não sou poeta!
Sou apenas uma criança
Com umas folhas em branco
E divagações que possam enchê-las.

Não!
Eu não sei rimar!
Não sei ser sensível,
Não sei contar sílabas,
Não sei o que é versar.

Não!
Eu não sou poeta!
Se porventura faço alguns versos,
É porque quero me livrar do que me aflinge
Ou exaltar o que me alegra.

Não!
Eu não sou molde
De uns conceitos antigos,
Ultrapassados,
De poetas frustrados
Que se acabam em seus versos
E se destróem em seus copos
Sucumbidos pelos vícios
E pelas mágoas do ofício
Que não os trouxe glória alguma.

Falta de sentido

É uma transfiguração.
Uma mudança de paradigmas frente ao que achava certo,
Um degradê de cores vivas,
Uns pensamentos que me vão.

Sei que não faço sentido algum,
Mas o sentido não foi para ser feito,
Foi para ser percebido
Por quem quiser percebê-lo.

Aquela bebida de ontem não me fez muito bem,
Trouxe de volta memórias de um tempo bom,
Não muito distante,
Mas que já era para ter sido esquecido.

E toda a fumaça
Me sangrando os olhos
Me invadindo a mente,
Queimando tudo por dentro de mim,
Me levando aos ares.
E eu criando asas,
Pronto para voar.

"...e então eu sorrio..."

"...e então eu sorrio..."
Ah! Desculpe-me caro amigo
Se pareço meio vago no que digo,
Mas é que estes versos
São continuação de um pensamento
Que me veio em um sonho.

Um sonho com aquela figura,
Aquela figura de quem tenho te falado.
Aquela que tira minha concentração,
Meu foco,
Minha atenção,
Aquela que meu olho segue em cada passo
E meu corpo tenta ocupar o mesmo espaço.

O sorriso que falei lá no começo do poema,
Veio após meus olhos
Cruzarem os olhos dela.
Ultimamente a tenho olhado bastante,
É como um imã que me atrai.

E toda vez que eu a vejo
Não escondo a felicidade que sinto.

"...e então eu sorrio..."
Penso eu novamente
Antes de fechar os olhos,
Vê-la escondida por trás das pálpebras
E levá-la pelas mãos para os sonhos meus.

Tímido sorriso

Sinto um sorriso me rasgando por dentro,
Querendo fugir face a fora
Toda vez que a vejo.
Mas ele sai pequeno
Timidamente indo embora,
Enquanto busco seu pequeno beijo.

Sonhos de saudade

Aquele seu cheiro
Entranhado por umas roupas
Me ajuda a dormir.
Agarro firme uma de suas blusas,
Tento tirar dela mais do que cheiro,
Tento tirar dela sua pele,
Seu corpo todo,
Como antes,
Jogado sobre mim,
Me cobrindo a pele nua,
Quente.

Encontrei um fio de seu cabelo
Enrolado e perdido pela cama
Que por tempos foi o palco do nosso espetáculo,
Mas que hoje, tristemesnte
Só serve de base para sonhos de saudades
E lembranças.

Ah! Como eu queria você aqui!
Imagino sempre você entrando pela porta,
Enxugando meu rosto lacrimoso,
Jogando sua foto no chão,
Me abraçando,
Se apertando na cama pequena,
Enquanto eu leio uns versos
Que te fiz.

As nuvens

Estes dias tenho observado as nuvens,
Nunca antes pusera sobre elas estes meus olhos admirados.
Elas, lá em sua superioridade altiva,
À mercê de qualquer vento
Que as dissipe,
Parecem não se importar muito com o que passa aqui,
Pois elas choram
E choram tanto
Que enchem os olhos de uns homens
Com lágrimas de tristeza
Que não há em seu celeste pranto.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Ser só

Tudo não passa de uma grande mentira!
O que dizem,
O que fazem,
O que vejo!

Não agüento mais esse meu mundo!
Não o mundo em que vivo,
Mas o que criei em minha mente
E às vezes visito.
Visitas que estão mais constantes a cada dia.

Não agüento mais essas conversas,
Ou projetos de conversas,
Desgastantes,
Imbecis
E sem nenhuma fundamentação.

Às vezes penso comigo:
- Ser só não dá tanto trabalho.
Sei que posso contar apenas com meu papel em branco
E meus versos brandos.

Prefácio da segunda edição

Introdução

Me olhe,
Me pegue,
Me beije na boca,
Me chame de amor!

Me jogue na cama,
Me vista com todo
Seu perfume de flor!

Me faça rimas cortadas
Que te faço uns versos
Pequenos e sem cor!

Não deixe que eu diga adeus
Antes de te cantar
Uma canção.
Só minha voz e um violão.


Desenvolvimento

Não me queira mal,
Eu te quero bem,
Veneno mortal.

Rostinho sem sal,
Cabelos também,
Menina normal.


Conclusão

Não quero mais te ver,
Te sonhar...
Talvez...

E nesses sonhos,
Perdidos,
Pedirei para que me ame outra vez.

Menina baiana bonita

No samba eu fui,
Encontrei ela lá,
Dançando só,
Chamando atenção,
De saia rodada
All-star e uma blusa
Do Noel Rosa.

Vestida da fumaça
Dos cigarros alheios
Que a cobriam por inteiro,
Ela girava.
Seu copo vazio
Era só um acessório,
Para compor seu figurino
De menina baiana bonita.

Adereços balançavam
Do pescoço ao tornozelo,
E o rosto era escondido
Pelos longos cabelos
Que às vezes prendiam
Nas hastes dos óculos
De uns malandros
Que se aproximavam.

Distorção

Seus rostos, agora, derretem,
Principalmente em seu lado esquerdo.
Seus olhos, fundos e negros,
Me veem fundo e negro.

Suas vozes soam miados,
Cochichos soprados
Ao pé do ouvido.

E o tempo para!

A vida só acontece à medida que eu a vejo.
O que está distante de meu olhar
Não reage.
É estático.