terça-feira, 28 de maio de 2013

vista turva

turva
a vista desenha contornos;
não me agrada tanta luz.

os óculos, já embaçados pelo suor,
não me prestam mais de nada.

astigmatizado, tento apertar os olhos, 
sem efeito para qualquer causa.

hipermetrópico, tento aproximar os letreiros eletrônicos que se chocam com a luz exagerada do sol.

nada vejo
e perco a condução.

Nada há


nada mais há,
nada há.
nem o silêncio há,
pois é falta
e a falta é nada.

mas o silêncio me grita as horas
no bater do ponteiro
ressoante, perfurador
de sonhos.