domingo, 28 de novembro de 2010

Astros

As estrelas voam sobre minha cabeça,
E brilham como olhos,
Me encarando
E desvendando tudo em meu interior.

A lua é minha bola de cristal,
Revelando o futuro que virá
E será trazido nas mãos dela.

Deixe-me morrer em seus lábios

Afogo-me no negro mar de seus olhos,
Onde salvação alguma me convém.
Me deixe morrer em seus lábios
Suplícando amém,
Implorando aos Deuses
Só mais um beijo,
Antes do vento
Levar as ondas
No suor que corre do seu rosto
E, salgado, atinge um olho
Mar.

Como um marinheiro encantado pelo canto de uma sereia,
Entrego-me de corpo inteiro
À sua imensidão,
Que me puxa até as profundezas,
Lavando meu medo
De me entregar à solidão.

Minha sepultura deve ser feita sob seus braços,
Agarrados à mim,
Entrelaçados como raízes.

Às noites

Às noites vou para cama cedo,
Pois só lá encontro sossego
Para poder te ter em meus sonhos.

Caminhos do sono

Já entrava a dentro a madrugada,
O mundo, apagado, dormia
E os corpos pesados, desabados sobre as camas.

A interferência na tv,
A luz ainda acesa
E o mal jeito das costas,
Deportas
No sofá.

Cambaleando no escuro
Caminho pelos cantos
Tateando o corredor,
Até achar a porta,
Desviando de qualquer
Possível causa de dor.

Tropeço em fotos antigas,
Nem sei o que elas fazem fora da gaveta.

Está fria essa noite,
Há tempos não sentia frio.
É agradável.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Presente

Sem mais por vir
Em um futuro onde nada me espera,
Vivo meu presente,
Presente que ganhei
Sem ao menos pedir.