sábado, 5 de dezembro de 2009

Carta ao amor


Começo minha carta a ti com uma indagação: Por quê?
Por que se escondeu nas entrelinhas do que eu pensei um dia ser meu? Espero que esteja contente de ter fugido com algumas palavras sem expressão, não tão belas como ti. Espero que seja útil essa sua rebeldia de abandonar-me no momento em que mais precisei de ti. A tinha enraizado em mim, era incorporada em meu ser de tal forma que pensei que jamais iria separar-se do que eu era, do que eu fui.
Já faz um tempo, é certo, mas, mesmo em todo esse tempo sua lembrança se faz viva; todo lugar que eu olho eu te encontro, em todas as minhas linhas soltas, perdidas em papéis empoeirados, você é figura central, é a sílaba tônica do que era o meu poetizar.
Não se preocupe que não me estenderei por linhas e mais linhas deixando transparecer a falta que me faz, quero parecer forte, mostrar-te que não se faz mais necessária e que não é recorrente em meus pensamentos.
Venho por esta carta, apenas para que saiba que te estimo muito.
Sua falta é notada por alguns, e apenas digo que sua falta é momentânea, que já vem de onde está. A partir de agora não mais mentirei, serei franco frente à realidade, não sei se voltará, espero que sim, mas por tempos não se fará mais tão presente.
Espero uma visita, passe aqui alguns dias para que possa incorporá-la de volta ao que é meu.
Sei que está se saindo bem, vagando por aí, de boca em boca, se fazendo verdadeira ou não, nas falas dos que te pronunciam.
Não é apenas uma palavra, é o amor propriamente dito, que se figurava em meus pensamentos, em minhas linhas e em meu ser. É a palavra que ao fugir de mim levou consigo um pouco do que eu era.
Estimo-lhe felicidades, sei que é fácil para ti, pois em nenhum momento imagino como não a obteria.

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