quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Meu próprio carnaval
Faust arp
Rise and shine
It's on again, off again, on again
Watch me fall
Like dominos
In pretty patterns
Fingers in the blackbird pie
I'm tingling tingling tingling
It's what you feel now
What you ought to, what you ought to
Reasonable and sensible
Dead from the neck up
Because im stuffed, stuffed, stuffed
We thought you had it in you
But no, no, no
For no real reason
Squeeze the tubes and empty bottles
Take a bow take a bow take a bow
It's what you feel now
What you ought to
What you ought to
An elephant thats in the room is
Tumbling tumbling tumbling
In duplicate and triplicate
Plastic bags and
Duplicate and triplicate
Dead from the neck up
Guess im stuffed, stuffed, stuffed
We thought you had it in you
But no, no, no
Exactly where do you get off
Is enough is enough is enough
I love you but enough is enough, enough
A last stop
There's no real reason
You've got a head full of feathers
You got melted to butter
Liberdade
Viva a liberdade de poder sentir no rosto o vento da estrada,
E a brisa que passa de vez em quando toda noite.
Viva a liberdade de encantar-se com a beleza de uma praia,
E de ficar sem palavras com a vista de uma montanha.
Sinta a liberdade de dormir numa tarde de domingo,
De comer num prato limpo,
De andar sem amarras,
Sinta a liberdade de ser como queres.
Proclame livres os pensamentos que te ocorrem,
Ponha para fora os sentimentos que te acometem,
Não tenha medo do mundo que te cerca,
Pois esse mundo também te teme.
Não tenha medo do que aperta teu peito,
Grite com vontade até ficar sem ar,
Sinta-se livre porque és livre,
Viva a liberdade de viver!
sábado, 26 de dezembro de 2009
Método melódico
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Primeira vez
Foi uma tarde de março,
um dia de sol,
de ventos fracos
e poucas pessoas na rua.
Foi uma sexta-feira,
em um banco de madeira.
Ela tinha os cabelos soltos,
e sorria.
Foi um segundo começo,
mas era tudo novo,
foi a primeira vez,
mas com um ar de reconhecimento.
Foi como um dejá-vu,
uma aminésia que ia embora,
foi a primeira vez,
mas como se eu soubesse exatamente como ia ser.
Foi como se eu adivinhasse cada movimento futuro,
sabia antes de provar, o gosto de tudo,
conhecia sem conhecer cada detalhe,
já havia sentido o prazer daquele encanto.
Manhã de segunda
Deixo o sol entrar,
o calor não me deixa mais dormir,
amanheceu.
Ouço o que há para se ouvir numa manhã de segunda,
liquidificadores que trabalham,
rádios que dão as últimas notícias,
passos apressados para não perder o ônibus.
Hoje não preciso sair,
me recolherei a minha própria insignificância.
Minha falta não será notada,
os olhos que me veem todos os dias passarão
e o vazio que eu costumo preencher não será percebido.
Levanto-me já,
o sol começa a entrar pelas frestas do telhado
e atinge meu rosto.
Não sou capaz de continuar a dormir enquanto a natureza trabalha.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
O menino no ponto de ônibus
e girava
e chamava atenção de todo mundo que ali passava.
O menino no ponto de ônibus sorria
e sorria
e se perdia no mundo imaginário onde vivia.
O menino no ponto de ônibus cantava
e cantava
e contava suas histórias para quem ali estava.
O menino no ponto de ônibus vivia
e vivia
e seguia com um sorriso de abrilhantar o dia.
O menino no ponto de ônibus esbanjava
e esbanjava
a inocência de quem ainda está tão puro quanto a água.
O menino no ponto de ônibus não sabia
se iria ou se ficava
queria mais um pouco da atenção de quem o olhava.
O menino no ponto de ônibus foi embora,
e agora?
Sem o menino, o ponto não é merecido de história.
Uma dose de realidade
BANG!!
A realidade me acerta com toda força me derrubando
e me trazendo de volta à ela.
domingo, 13 de dezembro de 2009
Tudo é inspiração
Comentei a final do Desafio de Bandas, onde a melhor banda Velotroz não foi a vencedora, apenas a terceira.
Foi quando me veio uma idéia, com acento mesmo, porque sem acento é uma idéia sem força, poderia escrever sobre essa falta de inspiração, renderia algumas linhas e faria todo mundo feliz, cumprindo eu minha "obrigação" e dando uns minutos de distração para os leitores.
Nesses últimos dias minha mente parece não está trabalhando direito, talvez pelo excesso de trabalhos da faculdade que vem chegando ao fim do semestre, quer dizer "fim do semestre" porque é o fim na teoria, na prática o semestre terminará em março depois de um recesso absurdamente ignorante, mas isso é assunto para outro dia. Voltando, esse excesso de trabalhos e provas e espera por notas, ocupou minha mente de tal forma que andava esquecendo coisas, abria o site da Google e esquecia o que ia procurar, ia mandar um recado pra alguma pessoa via orkut e também esquecia o que queria falar. Pra aumentar ainda o desespero, eu me achando o "cara", sem piadas infames por favor, imaginei que poderia ainda ler 2 livros por prazer, Sobre o behaviorismo de Skinner e O Anticristo de Nietzsche junto com 1 de leitura obrigatória do semestre, A ilustre casa de Ramires de Eça de Queiroz. Não deu muito certo.
Tentei escrever uma poesia, em três dias consegui terminar a "Não posso mais" que de tão simples pareceu-me um tanto quanto não merecível de maior reconhecimento, mas que após certo elogio pude enxergá-la com outros olhos, percebi com esse elogio que não importa o que mil pessoas digam, se apenas uma, por quem eu tenha um grande apreço, me der um elogio qualquer que seja, já me faz sentir o maior escritor do mundo.
sábado, 12 de dezembro de 2009
Não posso mais
Hoje não posso mais olhar
as estrelas que queimam
no céu que um Deus finge morar.
Não posso mais ler
as palavras que me encantam
e me deixam em um estado de total prazer.
Não posso mais sentir
suas mãos sobre meu corpo
que percorrendo-o lentamente, fazia-me sorrir.
Não posso mais abraçar
a solidão que temia em me seguir
e me afogar em seu mar.
Não posso mais abrir
as portas para o vento passar
pois o vento decidiu de mim fugir.
Não posso mais vencer
a luta contra a vida
pois a vida que era minha decidiu morrer.
(imagem: p.afonso y r.filgueira)
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
É hora homem
Acorda homem,
A corda espera,
Da cor que te espreita,
Corda negra,
Nada a refletir.
A luz se apaga,
Levanta homem!
Já é a hora,
Está tudo pronto,
Só mais um nó,
Só mais um ponto.
Abra os olhos,
Vislumbre a escuridão,
Use o tato,
Veja com as mãos.
É hora homem,
Enxugue as lágrimas,
Já fiz a cama,
Com lírios brancos.
Faça um pedido,
Acenda as velas,
Olhe ao redor,
Veja o que te espera.
Não tema homem,
É tudo rápido,
Só feche os olhos.
Quando abri-los,
Tudo terá mudado,
Você já terá ido,
A corda estará manchada,
A vela apagada,
A cama vazia,
A lembrança perdida,
O mundo mais triste,
Tudo acabado.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Minha flor
De todas as flores que cultivo em meu jardim,
A mais bela depois de tanto tempo olhou pra mim.
Sempre tive uma admiração maior por ela,
Tinha um cuidado maior ao tratá-la,
Não podia tocá-la,
Não ainda, deveria esperar o momento certo,
Era especial.
Irradiava sua beleza pelos campos,
A luz temia em tocá-la gentilmente,
Causando aquele momento que deveria durar para sempre.
Diante das outras não se fazia de rogada,
Mostrava elegantemente
Toda sua silhueta encorpada,
Seu brilho incandescente,
Sua simplicidade exaltada.
Em meio a raios de sol toquei a minha flor,
Pela primeira vez a vi fora do jardim,
Pude esticar o braço e senti-la,
O seu perfume exalava por entre meus dedos,
Queria guardá-lo para mim,
Poder senti-lo sempre que quisesse.
Mas mesmo assim tenho seu perfume incorporado,
Toda vez que fecho os olhos posso senti-lo.
Posso senti-la!
Novamente minha flor voltou para o jardim.
Eu desejo...
Se eu achasse uma lâmpada, daquelas que saem gênios de dentro bem no estilo Aladin, eu teria tantos pedidos que ficaria perdido. Imagino se eu tivesse três desejos. É uma tarefa complicada isso, mas seriam pedidos comuns, pedidos do "povo", como aqueles programas sensacionalistas que dão cursos, "guia" de doces pra vender nos ônibus, essas coisas.
Meus pedidos não seriam fáceis, acho que o gênio teria algumas dificuldades.
Primeiro eu pediria que todas as vezes que eu chegasse no ponto de ônibus lá ele estivesse, me esperando. Não sei se se encaixaria como outro pedido, mas também queria que ele estivesse vazio. Acho que posso contar tudo isso como um só pedido.
Após conseguir tal feito, que eu considero impossível mesmo para um gênio, ou até mesmo para um Deus, meu segundo pedido daria continuação ao primeiro, seria uma sequência, pediria que os engarrafamentos na cidade acabassem, pelo menos pelos lugares onde passo. Seria quase um sonho encontrar a Avenida Paralela livre às 6 da tarde numa quarta-feira, após 5 aulas seguidas de Prática Pedagógica.
Se o gênio conseguisse essa façanha, teria certeza que ele poderia fazer qualquer coisa.
Seria tão bom que nem posso imaginar a sensação de chegar no ponto, encontrar meu ônibus, não pegar engarrafamento e chegar em casa em menos de uma hora.
Para finalizar, o último pedido seria um tanto quanto pessoal. Também mereço pensar em mim, não? Já favoreceria tanta gente com os outros dois, mas minha cota de boa ação encerraria. Pediria, desafiando as habilidades desse gênio, que a partir desse dia, minha vida corresse bem, como eu havia planejado, todos os meus desejos futuros se realizariam, porque não sou principiante e já garantiria meu futuro, nesse último pedido deixaria claro que quero ser feliz, nada mais que feliz.
Nossa Senhora da Conceição da Praia
Após uma semiaula de semiótica estávamos nós lá, novamente esperando o tempo passar. Não havia nada que nos prendesse ali, mas, como sempre acontecia, a conversa fluia e nos achávamos como em "O Anjo Exterminador" (1962), onde os personagens inexplicavelmente não conseguiam sair da mansão em que se encontravam. A nossa mansão era a Facom e, lembrando que realmente eu não podia me deixar ficar, relatei meu motivo - parece que essa era a chave para que as portas se abrissem, já que aquelas pessoas não admitiam que alguém se fosse sem um motivo plausível. Comuniquei que iria a um posto de saúde a certa distância tomar Bezetacil. Após comoção geral e alguns grunhidos de "ó, que pena!", cada um fez considerações sobre a injeção, sanei algumas dúvidas e acabei mostrando a maldita - em pó e líquido!
Pois bem, consegui liberdade e segui com Sara em direção a Av. Garibaldi. Em poucos minutos de espera o ônibus Lapa (da linha Nordeste-Lapa) passa. Fico feliz ao ver muita gente entrar no ônibus, pois para mim isso é sinal de que ele demorou de passar, o que significa ainda que se eu tivesse chegado a dez minutos atrás teria ficado um pouco mais de molho. Quando isso acontece costumo ficar um pouco mais contente, o que leva a crer que a dor da injeção causará menos estresse. Às vezes essa fórmula matemática é válida.
Mas a dor dessa vez não existiu. Após saltar do ônibus e atravessar três pistas movimentadíssimas sob um sol de dezembro, descubro que o posto não abriu nesse dia.
- Só quarta-feira.
- Sério?!
- É.
Então algumas sensações se misturaram. Em primeiro lugar, culpei a desorganização da cidade - aliás, eu sempre culpo Salvador. Tudo bem que dia 08 seja feriado municipal - mesmo que um estranhíssimo feriado de Nossa Senhora da Conceição da Praia (?) -, tudo bem que o governador decrete ponto facultativo para a segunda-feira dia 7, mas fechar posto de saúde por conta disso já é apelação! A segunda sensação foi a de alívio, já que escapei de tomar a injeção. Ri ironicamente, mas logo veio a raiva, ou melhor as raivas: raiva por ter perdido tempo, raiva pelo feriado estúpido, raiva por ter gastado dinheiro com passagem etc.
Logo só me restou voltar humildemente para o ponto de ônibus. Sei que o Nordeste não demora de passar, mas fico atenta em meio a uma avalanche de veículos. Como o período entre minha saída e retorno ao ponto foi muito curto, é possível que eu pegue o mesmo ônibus em seu retorno. De início a idéia não me agrada, já que cobrador e motorista podem reconhecer-me e talvez inferir que estou perdida. Eu não estou, de fato. Removo então tal bobagem de minha cabeça tímida, julgando que a pressa faz com que ninguém dê muita importância a vida alheia e, que se isso acontecesse, seria um fato muito pequeno para afligir-me.
Entrei no mesmo veículo, mas o cobrador realmente não me reconheceu. Quando o meu Salvador Card não abriu passagem na catraca e notificou que eu deveria "esperar intervalo mínimo", ele pareceu impaciente. Fiquei meio envergonhada, meio irritada e meio sem entender.
- Você pegou esse carro agora?
- Aham...
- Vai ter esperar...
- Qual o intervalo mínimo?
- Doze horas.
- Sério?! Quer dizer que alguém tem que esperar tudo isso pra voltar pra casa? - ri debochadamente
- Tô te dizendo... se pegou esse carro às 10h só pode pegá-lo novamente às 10h da noite. Pode pegar qualquer outro da linha, menos esse.
- Ahhhh...
O ônibus já se movimentava e eu continuava ali, sem saber o que iria acontecer. O cobrador, após passar seu próprio cartão na máquina, conseguiu destravá-la. Agradeci e em dez minutos estava na Av. Garibaldi. Fui andando até minha casa sob um sol escaldante. O calor em Salvador tá terrível! Acho que estamos precisando de uma chuvinha... Espero que Nossa Senhora da Conceição da Praia nos conceda essa graça.
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Parte do nada
Do começo ao fim
O filme brasileiro Do começo ao fim conta uma história de amor. Uma história de amor entre dois homens, dois irmãos.
Preconiza esse amor incondicional que há entre eles, diferente do que se imagina em um filme com um tema desses, não se preocupa em mostrar o preconceito ou o choque a uma sociedade cheia de tabus. Isso fica por conta do público.
É a típica história de amor, na qual todas as dificuldades, como o ciúme e a distância são superadas. É um filem dramático e tenta dramatizar ainda mais com sua trilha sonora, de uma música apenas, que em todos as sequências, seja dramática ou em momentos alegres repete-se a música, tentando com isso arrancar suspiros e lágrimas do público.
Em alguns momentos fica meio solto, com uam perda de continuidade entre as cenas que se mostram em contextos totalmente diferentes da que a precedeu.
É um filme bonito, trata do amor em todas as suas esferas, do carinho, do ciúme e do sexo, sem se fazer vulgar, como são vistos a maioria dos filmes nacionais. Devo dizer que esperava mais, mas não me decepcionei. Gostei de assisti-lo e assistiria-o novamente.
Do começo ao fim é um bom filme, porém não crie muitas espectativas.
Lembrando que essa é a crítica de um leigo que gosta de assistir filmes.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
A menina
Todo dia vejo a mesma menina
a menina de uns olhos tão lindos
e um olhar tão distante.
A menina nunca me olhou
não diretamente.
Nossos olhares não se cruzam, passo rapidamente.
Sempre no mesmo banco
sempre com o mesmo ar
e o mesmo semblante.
Se ela olhasse para mim
eu viraria os olhos
não posso correr o risco de enfrentar o seu olhar apaixonante.
É parte da rotina diária
passar pelo portão onde ela está
para poder seguir tranquilamente.
No dia que não ver mais a menina
nada será como antes
mas a vida seguirá. Plenamente.
Conversa de rápidos minutos
as vezes sem sentido,
mas verdadeiros.
A felicidade nasce das suas palavras,
toma forma em seus pensamentos,
e repousa em meu coração.
Piadas são contadas,
entre olhares e gargalhadas.
Me conta historias e charadas,
segredos e paixões não declaradas.
Peço a todo momento uma confirmação,
sou o único que habita aquele grande coração?
E a resposta é sempre a mesma,
é tudo mais do que paixão,
é amor do tamanho do céu.
Minha atenção é toda dela,
apesar de meu pensamento voar,
pois em qualquer lugar,
na terra, no ar,
ou no fundo do mar,
haverá apenas um sentimento que vivera em meu coração,
um amor gigante,
fruto de uma imensa paixão.
Poemas são lidos durante nossos encontros,
e nesses poemas declarações eternas de amor,
escritos durante a madrugada,
em folhas de caderno,
alguns se perdendo,
deixando apenas a lembrança de poucos versos.
Músicas são tocadas,
as que esquecemos a letra são assobiadas,
fora do tom desafinamos,
e deixamos por conta do vento terminar o último acorde.
Num final de tarde diário,
nos reservamos a uma conversa de rápidos minutos,
trago para a conversa a certeza de momentos bons,
e levo dela a felicidade de bons momentos.
Vem chegando a noite,
e com ela a despedida interminável,
exclamações levam mais alguns minutos,
com beijos prolongados.
Sempre penso no que dizer,
e quando não esqueço de fala-la,
me brinda com um sorriso,
porque digo que para sempre vou ama-la.
Amor confuso
Às vezes tento nem entender esse amor confuso.
Ama,
desama,
mal ama,
mal é.
Quem mal me ama,
mal me quer.
Amor confuso esse amor de mulher,
amor hora incondicional,
hora anormal.
Nos sábados de manha é puro amor,
me ama como nunca me amou,me olha e me deseja,
sorri e me beija.
Domingo à noite o amor acabou,
não que não me queira,
é apenas uma mudança de humor.
Amor confuso é o amor de gente.
Ama, odeia,
casa, viaja,
volta, ama de novo,
apenas paixão, necessidade urgente.
Queria saber amar como Romeu,
como Cândido.
Poder dizer palavras bonitas e roubar um coração com apenas um olhar.
Queria ser feliz pra todo o sempre,
o sempre além do fim,
além do tempo.
Por que você não chega?
Quero te amar,
te dizer que te amo.
Amor confuso esse meu.
Amor confuso esse seu.
Momento estranho que passou,
o amor simplesmente aconteceu,
e em pouco tempo ele acabou.
O amor que foi,
voltou e não ficou.
Me explique esse amor confuso por favor.
Além
Além do mar.
Por trás de tudo o que passou está o seu amor,
o nosso amor.
Tão doce e belo,
amor de filme,
só amor.
Os dois são um,
um corpo,
uma alma,
uma vida.
A eternidade se estende nos pensamentos,
que nunca se esgotam.
Ah! Pensamentos.
já me encheram de desejos,
nos fizeram suspirar.
Embalaram algumas noites de insônia,
até o sono vir com a certeza do amar.
Tudo parece mais real no seu olhar,
os olhos negros que brilham e são capazes de paralisar.
Dizem tudo em uma oratória de movimentos mudos,
em meio a gestos pitorescos,
quase que teatrais.
Dando por fim a doce sinfonia de cores,
que o sorriso mais puro me trás.
Não há segredo,
o que era pouco e estava no fim foi levado.
Os pensamentos ruins,
os sentimentos ruins,
o medo.
As estrelas, a lua, os astros,
todos confirmam.
Sou rico,
e consciente dessa riqueza.
“É rico aquele que pode amar.”
Lá e cá
Uma pergunta meio que frequente no meu dia-a-dia. Sou eu uma alma e um corpo carioca ou uma alma baiana em um corpo carioca?
Me divido entre os dois, não renego nem a um e nem a outro. Foi lá que descobri o mundo, que vi pela primeira vez o mar, a luz do sol, uma noite de luar. Foi lá que comecei a andar, a falar, a ter o gosto pela leitura, foi lá que escrevi minha primeira palavra.
Lá, ainda, tive meu primeiro amor. Lá me machuquei, me curei, lá quase fiquei.
Mas o lá foi pausado. Não sigo a cronologia do começo, meio e fim, não deixo minha história no lugar, mas o lugar na minha história. Lá tive meu começo e parte do meu meio, meio esse que continuou aqui, que ainda continua aqui.
Aqui me fiz o que agora sou, me fiz homem, me fiz pensante, me fiz poeta. Amei a tantas, perdi amores, chorei horrores, senti frio, medo e angústias.
Aqui fui ainda criança. Isso já passou, mas ficou marcado. Aqui cresci, estudei, me formei. Para lá algumas vezes voltei, matei a saudade e então retornei.
Lá foi meu berço esplêndido, aqui será minha morada eterna.
Devo a petulância e teimosia de fazer versos, de sentir prazer ao brincar com as palavras a isso tudo que tenho aqui, à meus amores, ao sol, à lua, às estrelas, à elas. À elas, elas que me fizeram parte do que sou e de tudo o que ainda serei.
Às cidades que me acolheram.
sábado, 5 de dezembro de 2009
Carta ao amor
Começo minha carta a ti com uma indagação: Por quê?
Por que se escondeu nas entrelinhas do que eu pensei um dia ser meu? Espero que esteja contente de ter fugido com algumas palavras sem expressão, não tão belas como ti. Espero que seja útil essa sua rebeldia de abandonar-me no momento em que mais precisei de ti. A tinha enraizado em mim, era incorporada em meu ser de tal forma que pensei que jamais iria separar-se do que eu era, do que eu fui.
Já faz um tempo, é certo, mas, mesmo em todo esse tempo sua lembrança se faz viva; todo lugar que eu olho eu te encontro, em todas as minhas linhas soltas, perdidas em papéis empoeirados, você é figura central, é a sílaba tônica do que era o meu poetizar.
Não se preocupe que não me estenderei por linhas e mais linhas deixando transparecer a falta que me faz, quero parecer forte, mostrar-te que não se faz mais necessária e que não é recorrente em meus pensamentos.
Venho por esta carta, apenas para que saiba que te estimo muito.
Sua falta é notada por alguns, e apenas digo que sua falta é momentânea, que já vem de onde está. A partir de agora não mais mentirei, serei franco frente à realidade, não sei se voltará, espero que sim, mas por tempos não se fará mais tão presente.
Espero uma visita, passe aqui alguns dias para que possa incorporá-la de volta ao que é meu.
Sei que está se saindo bem, vagando por aí, de boca em boca, se fazendo verdadeira ou não, nas falas dos que te pronunciam.
Não é apenas uma palavra, é o amor propriamente dito, que se figurava em meus pensamentos, em minhas linhas e em meu ser. É a palavra que ao fugir de mim levou consigo um pouco do que eu era.
Estimo-lhe felicidades, sei que é fácil para ti, pois em nenhum momento imagino como não a obteria.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Odisséia no mar
Barco que parte
Parte em parte
Bota no bote
Um pingo de arte
Bote que bota
Bota que calça
Calça no corpo
Cadarço e calça
Couro de porco
Mala sem alça
Poesia concreta
Coisa de louco
Medo do escuro
Duro logo cedo
Tensão pela campainha
Tesão pela companhia
Porta que bate
Parte da porta
Que alguém bate
Bate um batuque de arte
Batuque ritmado
Movimentos sincronizados
Corpos que se batem
Suando extasiados
Soprando palavras tortas
Entortando o mundo
Mudando a sorte
Espasmo e corte
Mar e mar
Amar e mar
Olhar o mar
Olhar o mar
Sou o mar
O mar sou eu
Morri no mar
No mar sonhei
Sonhei sonhos de uma noite de verão
Sonhei com a abelha e o zangão
Que roubavam a alma das flores
Flores que se desfaziam em dores
Nas dores o mar inundava
Dava atenção às mágicas
Melindrosamente
Desesperadamente
Última viagem
Partes por toda parte
Salva-vidas se abrem
O laranja colore o azul
Que cena!
Que pena!
Que azar!
- Capitão! Corpos ao mar!