sexta-feira, 7 de maio de 2010

Afonso Arinos

Que saudades eu tenho de minha gente!
Dos sorrisos largos,
Fugindo dos cachorros,
Por entre as árvores grandes.
Das mangueiras que alimentam os bois do vizinho,
Na olaria abandonada,
Que hoje faz turismo com quem vem de fora,
Pelo Rio Paraíba
Margem à margem.

Que saudade eu tenho daquelas redes,
Do quintal verde,
De grama rasteira para a bola correr
Até o portão longe,
Beirando a linha do trem.
A vida para quando o trem passa,
Todos querem ver a Maria Fumaça.

Que saudade eu tenho da viagem até lá.
Subir a serra,
Entre a neblina densa
E o frio congelante
Invadindo o carro,
Espalhado em lençóis
E corpos cansados.

A lembrança em algum tempo não mais haverá,
É mais fraca a cada passar de ano,
A cada ano que não vou lá.

Um comentário:

  1. Na minha infância não tinha Maria fumaça e nem bois do vizinho, mas a bola rolando era de lei.

    Da cidade que eu morei no interior, não lembro de mais ninguém, perdi quase todas as lembranças, de fato. E nunca mais devo ir lá, triste

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