Sob o céu de lua nova,
A idéia do ser e do estar,
Num mundo que muito me exclui,
Volta a ser o que me possui.
Com a música longe como plano de fundo,
E o ranger da porta que se mexe,
E o som do cadeado que se tranca
No portão que se fecha,
Questiono qual o meu papel nessa encenação.
Em todos os momentos represento.
Sou o cara mau,
O carinhoso,
O louco,
O destemido,
O depressivo.
Do que vale essas representações?
Sou muito pequeno frente à imensidão do imaginável.
Disso não tenho medo, respeito o universo.
O que me receia é o inimaginável.
Sou eu um produto,
Um cego surdo e mudo.
Sou só um meio para um fim!
O ponto final,
O último suspiro.
Desejo ser a morte,
Ter o poder da vida!
Desejo eu ser Deus?
Ser morto nas línguas alheias,
Ser objeto de cegueira,
Ser irrefutável,
Desejo ser onipresente, onipotente e onisciente!
Desejo o que todos desejam,
Sou eu mais um apenas.
Meus pensamentos não diferem do da maioria,
Não peso na balança.
Não é para mim que o sol brilha,
Não é para mim que nasce o dia.
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