quebro a ordem sintática
dos versos
de um conjunto
de palavras
que chamo
poema
não tenho o mínimo respeito pelas normas gramaticais nem pela estética ou pela métrica
não sei rimar
nem fazer sonetos ou odes triunfantes
fujo completamente das características
que me juntem a um grupo
sou o que mais único há,
junto ao que de mais único existe já,
pois tudo é único na poesia,
pois tudo é reflexo de um eu
sobre um todo
me inspiro na paixão,
que me nutre
e me fortelece
na imagem de uma menina
(uma dita Michele),
cheio dos clichês mais baratos
comprados nas linhas
dos românticos inveterados
com versos
de simples palavras
soltas
e desgarradas
mil poemas me vêm e vão
numa pluralização
de emoções
e sensações
que me invadem em apenas um segundo
(em um olhar
nos olhos seus)
e com o tempo
como meu aliado,
pois já tanto vivi
e muito senti
nos meus poucos vinte e dois anos completos,
caso o acaso com o destino
e espero,
angustiado,
o momento sagrado
em que finalizo o poema.
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Há noites
Há noites
em que meus braços
se esticam
e não te encontram
há noites
em que minhas mãos
percorrem o vazio
e não te encontram
há noites
em que meus olhos
abrem despercebidos
e não te encontram
há noites
em que sozinho
tremo de frio
e não te encontro
há noites
em que meu corpo
adormecido
reage à espasmos
de sonhos
em que finalmente
te encontro.
em que meus braços
se esticam
e não te encontram
há noites
em que minhas mãos
percorrem o vazio
e não te encontram
há noites
em que meus olhos
abrem despercebidos
e não te encontram
há noites
em que sozinho
tremo de frio
e não te encontro
há noites
em que meu corpo
adormecido
reage à espasmos
de sonhos
em que finalmente
te encontro.
domingo, 28 de agosto de 2011
poema-pouco
por mais simples que sejam
e singelos,
apenas aceite-os,
pois são verdadeiros.
são meus versos
(são você),
é o mínimo que eu,
pobre alma vagabunda,
posso oferecer.
mesmo solitários,
escanteados, meus poemas
continuam a te seguir
noite adentro,
sedentos
por uma rima que te complete,
por um ritmo que te apeteça,
por toda uma eternidade
em que o poema não desapareça.
e singelos,
apenas aceite-os,
pois são verdadeiros.
são meus versos
(são você),
é o mínimo que eu,
pobre alma vagabunda,
posso oferecer.
mesmo solitários,
escanteados, meus poemas
continuam a te seguir
noite adentro,
sedentos
por uma rima que te complete,
por um ritmo que te apeteça,
por toda uma eternidade
em que o poema não desapareça.
sábado, 27 de agosto de 2011
Labirinto
Labirinto de palavras
e nós atados,
amarrando os versos
desencontrados
de um poema solto no ar.
e nós atados,
amarrando os versos
desencontrados
de um poema solto no ar.
Sinos
Escondo sob o meu silêncio
um bater de sinos
lá longe
que vem
não sei de onde,
talvez de lugar algum;
talvez não existam os sinos,
talvez seja um sonho,
mas meus olhos estão abertos
e a janela também está.
Está escuro
e nada vejo;
nem ao menos as horas
que me passam despercebidas
e os anos
que me empurram ao abismo
da velhice precoce,
do cansaço
e do esquecimento.
Talvez aqueles sinos
sejam só para mim,
sem nenhum destino,
mais perto do fim.
um bater de sinos
lá longe
que vem
não sei de onde,
talvez de lugar algum;
talvez não existam os sinos,
talvez seja um sonho,
mas meus olhos estão abertos
e a janela também está.
Está escuro
e nada vejo;
nem ao menos as horas
que me passam despercebidas
e os anos
que me empurram ao abismo
da velhice precoce,
do cansaço
e do esquecimento.
Talvez aqueles sinos
sejam só para mim,
sem nenhum destino,
mais perto do fim.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Fim de chuva
Repousa a chuva em poças rasas
pingando reticente
em uma quietude complacente,
inacabada.
Finas, algumas gotas se desfazem
no ar,
antes de tocar
o chão.
E agora mãos estendem-se
da janela para fora,
tentando sentir se já foi embora
a chuva.
pingando reticente
em uma quietude complacente,
inacabada.
Finas, algumas gotas se desfazem
no ar,
antes de tocar
o chão.
E agora mãos estendem-se
da janela para fora,
tentando sentir se já foi embora
a chuva.
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Verso torto
Verso torto
morto
solto no ar
quebrado
e espalhado
pelo ventilador
lançado
na parede branca
feito sujeira
são versos tortos, eu disse;
estão mortos, eu disse;
esta merda toda
está morta.
morto
solto no ar
quebrado
e espalhado
pelo ventilador
lançado
na parede branca
feito sujeira
são versos tortos, eu disse;
estão mortos, eu disse;
esta merda toda
está morta.
Acorda manhã
acordado pelo canto
baixo de um pássaro
longe;
a manhã chegou
e com ela o sol,
as roupas se estendem nos varais;
barulho de vassoura no meu teto
que é chão
do vizinho pouco quieto,
parte da canção
do passarinho
e do avião
(teco-teco)
que sobrevoa o céu de Salvador.
baixo de um pássaro
longe;
a manhã chegou
e com ela o sol,
as roupas se estendem nos varais;
barulho de vassoura no meu teto
que é chão
do vizinho pouco quieto,
parte da canção
do passarinho
e do avião
(teco-teco)
que sobrevoa o céu de Salvador.
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Palavrar
palavra
cortada
palavra
cor
de
nada
palavra
metamorfa
pá
de lavrar
a terra
larva
que consome
PALAVRAR
cortada
palavra
cor
de
nada
palavra
metamorfa
pá
de lavrar
a terra
larva
que consome
PALAVRAR
domingo, 14 de agosto de 2011
Par de versos perdidos
Um par de versos me vem à mente
e o deixo escapar,
com suas rimas atraentes
de um poema
aparentemente
regular;
não tenho tido tempo para a poesia,
não encontro mais em mim
o seu lugar.
e o deixo escapar,
com suas rimas atraentes
de um poema
aparentemente
regular;
não tenho tido tempo para a poesia,
não encontro mais em mim
o seu lugar.
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Noturno
O escuro cega os meus olhos,
mas ele não esconde
o seu corpo,
largado todo
ao meu lado
sem pudor,
sobre minhas pernas espalhado,
sob a pouca luz que te ilumina
e que desenha seus contornos,
os quais decalco com meus dedos
delineando seu espaço
no pouco espaço
que te ofereço.
mas ele não esconde
o seu corpo,
largado todo
ao meu lado
sem pudor,
sobre minhas pernas espalhado,
sob a pouca luz que te ilumina
e que desenha seus contornos,
os quais decalco com meus dedos
delineando seu espaço
no pouco espaço
que te ofereço.
Passado e futuro
casa branca
casamento
catavento
no jardim;
verde
verde mato
poucas flores
de jasmim;
a árvore morta
mais ao canto
é poesia para mim;
os pedaços de nuvens brancas
no céu azul
fazem formas de animais
que correm pelos quintais
vizinhos,
e eu sentado sob o sol em uma rede amarrada nos pilares da garagem vejo o futuro vir lento,
soprando palavras no vento.
casamento
catavento
no jardim;
verde
verde mato
poucas flores
de jasmim;
a árvore morta
mais ao canto
é poesia para mim;
os pedaços de nuvens brancas
no céu azul
fazem formas de animais
que correm pelos quintais
vizinhos,
e eu sentado sob o sol em uma rede amarrada nos pilares da garagem vejo o futuro vir lento,
soprando palavras no vento.
Assinar:
Postagens (Atom)