terça-feira, 20 de abril de 2010

Sol da manhã

O sol bateu no rosto negro escondido na sombra da parede do quarto
E me acordou.
Esse rosto é meu.
Quem do meu lado estava já havia despertado,
Se espreguiçava demoradamente,
Seus cabelos pendiam sobre a face avermelhada
Escondendo os olhos, ainda fechados, da luz que cegava.

Seu rosto veio a mim,
Procurando abrigo contra a luz.
Aqui, escondidos do sol,
Nossa manhã virou noite.

Nos desprendiamos em movimentos curtos,
Um tanto lentos,
Virando nossos corpos um sobre o outro,
Sonolentos.

O vento começou a balançar a rede do lado de fora,
As roupas batiam contra a parede,
Os passos aumentavam,
Aos poucos a casa ia despertando,
O mundo ia despertando
E nós ali...
Como se não fizessemos parte,
À margem.
Para nós a vida começa quando o silêncio reina,
Por isso ficamos ali,
Esperando o mundo passar por nós,
E então nos levantarmos,
Saudando a natureza que nos brinda.

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