Com a dor do fardo que é o sono que me pesa
E a cor furtada do sol que vem depressa,
Eu ando.
Com o temor que paira sobre o precipício
E o rancor que vive nesse edifício,
Eu ando.
Com o pavor no coração do cidadão
E o tremor da ruim versificação,
Eu ando.
Com o amor que exala de meu peito
E o ardor de seu corpo em nosso concerto,
Eu ando.
terça-feira, 29 de março de 2011
sábado, 26 de março de 2011
O pacto
Não me vem o sono
Não me vem a calma
Se o diabo me propusesse
Eu venderia a alma
Só pra ter um pouco
De seu corpo de novo.
Não me vem a calma
Se o diabo me propusesse
Eu venderia a alma
Só pra ter um pouco
De seu corpo de novo.
Depressão pós-sonho
Acordo com um acorde dissonante
De canção nunca antes ouvida
E que invade, com veemência,
Um sonho em uma noite mal dormida
Na madrugada o cheiro é de escuro
E meu corpo cheio desse cheiro
Imerge sob o manto negro
Da noite, que me traz um pesadelo
De canção nunca antes ouvida
E que invade, com veemência,
Um sonho em uma noite mal dormida
Na madrugada o cheiro é de escuro
E meu corpo cheio desse cheiro
Imerge sob o manto negro
Da noite, que me traz um pesadelo
sexta-feira, 25 de março de 2011
Estático
Parado, agora, na frente do papel em branco
Ouço um som de avião que me tira do estado do quase sono
E me joga na vala da inspiração momentânea,
Daquelas que vêm e passam tão rápido
Que nem o pensamento consegue guardar os versos,
Misturados todos,
Rimados, alguns apenas.
Ouço um som de avião que me tira do estado do quase sono
E me joga na vala da inspiração momentânea,
Daquelas que vêm e passam tão rápido
Que nem o pensamento consegue guardar os versos,
Misturados todos,
Rimados, alguns apenas.
Mais um João e mais uma Maria
Numa noite de quinta-feira,
Quase meia noite,
Nos arredores da cidade baixa;
João Maciel, enfurecido,
Deflagrou três disparos de uma arma calibre .38
Em sua concubina; Maria de Lourdes,
A qual (segundo testemunhas duvidosas) estava em companhia de um homem
Desconhecido.
Quase meia noite,
Nos arredores da cidade baixa;
João Maciel, enfurecido,
Deflagrou três disparos de uma arma calibre .38
Em sua concubina; Maria de Lourdes,
A qual (segundo testemunhas duvidosas) estava em companhia de um homem
Desconhecido.
segunda-feira, 21 de março de 2011
Meu bem querer
Deixe-me ser dono do seu corpo
E da sua alma.
Se deixar a levarei no peito,
Por todos os dias,
De todas as formas.
Quero que siga comigo
Todos os caminhos
De uma vida inteira.
E se puder me traga carinhos
Ou me diga qualquer besteira,
Que te compro um mundo
De brilhantes estrelas
Retiradas do fundo
Da galáxia de seus olhos.
E da sua alma.
Se deixar a levarei no peito,
Por todos os dias,
De todas as formas.
Quero que siga comigo
Todos os caminhos
De uma vida inteira.
E se puder me traga carinhos
Ou me diga qualquer besteira,
Que te compro um mundo
De brilhantes estrelas
Retiradas do fundo
Da galáxia de seus olhos.
sexta-feira, 18 de março de 2011
Um (qualquer) homem
Meses atrás conheci um homem que dizia poder mudar o mundo
Hoje, deitado em sua cama, esse homem - cheio de amor -
Não mudará mais nada;
Viverá sua vida,
Analisará os fatos concretos da notícia
E tentará a poesia
Não, esse homem não sou eu,
Não mais.
Hoje, deitado em sua cama, esse homem - cheio de amor -
Não mudará mais nada;
Viverá sua vida,
Analisará os fatos concretos da notícia
E tentará a poesia
Não, esse homem não sou eu,
Não mais.
Não me conte seus segredos
Não me conte seus segredos
Deixe que meus delírios
Os desvendem
Como os mistérios antigos que me apetecem
Dos amores antigos que me acometem
Eu sentado nessa cadeira dura
Não tenho muito que fazer
Apenas deixar meu olhar flutuar.
Deixe seus pensamentos livres
Para que eu os leia
Não os prenda em sua mente
Para que eu não os saiba
Queira que eu não te queira,
Me jogue as traças
Me mate aos poucos
Beija a boca que hoje é sua
E amanhã (quem sabe?),
Poderá ainda ser sua
E me siga pela rua
Em cada beco
Em cada esquina
Num recomeço
Num fim de linha
Deixe que meus delírios
Os desvendem
Como os mistérios antigos que me apetecem
Dos amores antigos que me acometem
Eu sentado nessa cadeira dura
Não tenho muito que fazer
Apenas deixar meu olhar flutuar.
Deixe seus pensamentos livres
Para que eu os leia
Não os prenda em sua mente
Para que eu não os saiba
Queira que eu não te queira,
Me jogue as traças
Me mate aos poucos
Beija a boca que hoje é sua
E amanhã (quem sabe?),
Poderá ainda ser sua
E me siga pela rua
Em cada beco
Em cada esquina
Num recomeço
Num fim de linha
quinta-feira, 17 de março de 2011
Meus olhos
As pálpebras pesam
E os olhos vermelhos tentam suicídio.
O sono
A cerca
A rede
A mata seca
Os olhos seguem a tudo
Minuto a minuto
Tentados à caírem.
Na cama
Largados sob os óculos
Vivenciam as lembranças
De um passado ótico
Visual
Ótimo
Casual
Como a roupa que visto
Que veste a cama
E envolve o copo
De quem se ama
Com o vinho tinto
Sangue do corpo
Mudo te chama
E pra que te minto?
Sou eu quem ligo
Nas noites de anos passados
Passado de noites de engano
E se eu não te amo?
Seria irônico saber a verdade.
Oh pobre alma!
Fique calma
O mundo não acabará até amanhã
Deixe o corpo descansar
Deixe o copo esvaziar
Um último gole
De ar,
De brisa de mar
De pés na areia
De olhar
Ao redor
E as meninas?
As pernas
As bundas
Enganam a idade
Esganam a saúde
Hormônio do frango
E eu nessa noite
Será tudo um sonho
Ou não essa noite
Talvez o ano inteiro
Ou eu por inteiro
Me vendam a carne
Os olhos já fecham
E não vejo mais nada
Só parte da cilada
Na qual Deus me pôs
Desligo a luz
A mente
A vida
No escuro reluz
A crente
Vadia
Bala na mente
Calibre imponente
Fim.
E os olhos vermelhos tentam suicídio.
O sono
A cerca
A rede
A mata seca
Os olhos seguem a tudo
Minuto a minuto
Tentados à caírem.
Na cama
Largados sob os óculos
Vivenciam as lembranças
De um passado ótico
Visual
Ótimo
Casual
Como a roupa que visto
Que veste a cama
E envolve o copo
De quem se ama
Com o vinho tinto
Sangue do corpo
Mudo te chama
E pra que te minto?
Sou eu quem ligo
Nas noites de anos passados
Passado de noites de engano
E se eu não te amo?
Seria irônico saber a verdade.
Oh pobre alma!
Fique calma
O mundo não acabará até amanhã
Deixe o corpo descansar
Deixe o copo esvaziar
Um último gole
De ar,
De brisa de mar
De pés na areia
De olhar
Ao redor
E as meninas?
As pernas
As bundas
Enganam a idade
Esganam a saúde
Hormônio do frango
E eu nessa noite
Será tudo um sonho
Ou não essa noite
Talvez o ano inteiro
Ou eu por inteiro
Me vendam a carne
Os olhos já fecham
E não vejo mais nada
Só parte da cilada
Na qual Deus me pôs
Desligo a luz
A mente
A vida
No escuro reluz
A crente
Vadia
Bala na mente
Calibre imponente
Fim.
quarta-feira, 16 de março de 2011
É quinta à noite
É quinta à noite
E te escrevo uma canção
Canção estranha
Sobre et e avião
Pra lhe cantar
Nestas noites de fim de verão
E pra acabar
Com seu medo de bicho papão.
Eu vou embora
Vou hoje e vou agora
E se pudesse
Eu iria de avião
Só pra poder
Chegar mais cedo do outro lado
Onde você já estaria me esperando.
Chame de brega
Ou me chame de esquisito
Só porque meu corte de cabelo não é bonito
Ou se eu sou forte pra um mosquito,
Mas pelo menos me chame toda noite
Quando quiser,
Quando puder,
Quando a nuvem de chuva for pro norte
E acabar com o cheiro de morte
Que beira a estrada
E espreita à beira
Da encosta.
E te escrevo uma canção
Canção estranha
Sobre et e avião
Pra lhe cantar
Nestas noites de fim de verão
E pra acabar
Com seu medo de bicho papão.
Eu vou embora
Vou hoje e vou agora
E se pudesse
Eu iria de avião
Só pra poder
Chegar mais cedo do outro lado
Onde você já estaria me esperando.
Chame de brega
Ou me chame de esquisito
Só porque meu corte de cabelo não é bonito
Ou se eu sou forte pra um mosquito,
Mas pelo menos me chame toda noite
Quando quiser,
Quando puder,
Quando a nuvem de chuva for pro norte
E acabar com o cheiro de morte
Que beira a estrada
E espreita à beira
Da encosta.
Todo dia é manhã
Sabe aqueles dias em que se acorda com um sorriso no rosto,
sorriso que não se sabe de onde veio,
muito menos porque veio?
Dias que nascem claros,
iluminando cedo o quarto;
dias azuis, de sol e quentes,
(com ênfase no sol e no quente).
- Poderia fazer uma comparação rápida dela com o sol;
quente, brilhante e me faz suar. -
Esses dias nascem ainda mais belos quando acordo e, assim que abro os olhos, me vejo ao lado dela
espalhando seu corpo pela cama,
pequena eu confesso,
mas que serve perfeitamente para nós.
Já começo o dia com um par de coxas sobre mim,
cabelos em meu rosto
e um mover de corpo lento,
quase como uma dança,
que me envolve em seu movimento,
com os pés a mexer-se sobre minhas pernas
e as mãos a correr por minhas costas.
Sorrio pequeno,
ressonando e me revirando,
preguiçosamente,
sobre a cama,
tentando buscar seus lábios.
Saio à procura de um beijo,
de um bom dia misturado ao sono,
com o apertar das minhas mãos em seus seios.
E não digo nada.
Apenas a olho por um instante.
A manhã já invade o quarto por completo,
mas o ventilador ligado e a cortina fechada nos transporta a outro mundo,
um mundo onde o tempo não passa e todo dia é manhã.
sorriso que não se sabe de onde veio,
muito menos porque veio?
Dias que nascem claros,
iluminando cedo o quarto;
dias azuis, de sol e quentes,
(com ênfase no sol e no quente).
- Poderia fazer uma comparação rápida dela com o sol;
quente, brilhante e me faz suar. -
Esses dias nascem ainda mais belos quando acordo e, assim que abro os olhos, me vejo ao lado dela
espalhando seu corpo pela cama,
pequena eu confesso,
mas que serve perfeitamente para nós.
Já começo o dia com um par de coxas sobre mim,
cabelos em meu rosto
e um mover de corpo lento,
quase como uma dança,
que me envolve em seu movimento,
com os pés a mexer-se sobre minhas pernas
e as mãos a correr por minhas costas.
Sorrio pequeno,
ressonando e me revirando,
preguiçosamente,
sobre a cama,
tentando buscar seus lábios.
Saio à procura de um beijo,
de um bom dia misturado ao sono,
com o apertar das minhas mãos em seus seios.
E não digo nada.
Apenas a olho por um instante.
A manhã já invade o quarto por completo,
mas o ventilador ligado e a cortina fechada nos transporta a outro mundo,
um mundo onde o tempo não passa e todo dia é manhã.
quinta-feira, 10 de março de 2011
O nascimento da paixão
Do começo com olhares
E vergonhosos falares
Até um sorriso vindo puro
Por trás dos lábios
Que já me guiavam ao futuro
Esmagando o peito
Indolor
Com o peso
Avassalador
Do que viria
E que tanto cresceria
A cada dia
E a cada toque
E me encheria
O coração
Dessa intensa paixão
Que ainda
Vive forte
Com validade
Até a morte.
E vergonhosos falares
Até um sorriso vindo puro
Por trás dos lábios
Que já me guiavam ao futuro
Esmagando o peito
Indolor
Com o peso
Avassalador
Do que viria
E que tanto cresceria
A cada dia
E a cada toque
E me encheria
O coração
Dessa intensa paixão
Que ainda
Vive forte
Com validade
Até a morte.
Não vejo dificuldade em te dizer eu te amo
Não vejo dificuldade em te dizer eu te amo,
Não vejo dificuldade em te amar
E te amo.
Apenas palavras
Os sorrisos me enchem a face
Quando meus olhos tocam o corpo que está ao meu alcance
Nessas noites em que reina o calor
Entre mãos que se enroscam no cabelo,
Juras eternas de amor
E tambores que soam timbres ritmados
De batidas cardíacas.
Já me vejo ultrapassado
Reinando no ultraje de tentar
Transformar o que te sinto
Em palavras,
Mas tenho essa necessidade urgente
De te fazer algo bonito,
E dentro de mim, pulsante,
Corre nas veias um sangue
De imitador de poeta
Apaixonado.
Escrevo nesses poucos versos
Tudo o que gostaria de gritar
Da sacada de algum prédio
Ou da janela do meu quarto
(Agora escuro e ventilado)
Nessa noite comum de março
De fim de carnaval.
Gritaria e seria ouvido,
E as palavras iriam pelo vento
Até entrar pela sua janela
Invadir o seu ouvido,
O seu sonho,
O seu mundo!
Quando meus olhos tocam o corpo que está ao meu alcance
Nessas noites em que reina o calor
Entre mãos que se enroscam no cabelo,
Juras eternas de amor
E tambores que soam timbres ritmados
De batidas cardíacas.
Já me vejo ultrapassado
Reinando no ultraje de tentar
Transformar o que te sinto
Em palavras,
Mas tenho essa necessidade urgente
De te fazer algo bonito,
E dentro de mim, pulsante,
Corre nas veias um sangue
De imitador de poeta
Apaixonado.
Escrevo nesses poucos versos
Tudo o que gostaria de gritar
Da sacada de algum prédio
Ou da janela do meu quarto
(Agora escuro e ventilado)
Nessa noite comum de março
De fim de carnaval.
Gritaria e seria ouvido,
E as palavras iriam pelo vento
Até entrar pela sua janela
Invadir o seu ouvido,
O seu sonho,
O seu mundo!
quinta-feira, 3 de março de 2011
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