sexta-feira, 30 de julho de 2010

Para você

Para você: um milhão de versos!
Um milhão de versos longos,
Rebuscados,
Intermináveis.

Para você: as mais belas rimas!
Rimas coloridas,
Sensitivas,
Rimas tortas,
Doces rimas.

Para você: todos meus poemas!
Todos meus cadernos velhos,
Amarelados,
Rabiscados,
Com velhos poemas apagados
Que com vergonha escondi.

Para você: os meus pensamentos!
Pensamentos alguns,
Que roubei de alguém,
Pois eram tão bons,
Que se eu não os roubasse
Talvez não me inspirasse
A te escrever.

Para você: o meu coração!
Esse pobre coração apertado,
De menino-poeta ousado,
Que se mete ao ofício dos grandes,
Mas que como eles, sou um diferente.
Eu sou diferente!

Para você: meu sangue!
Minha veia cortada pulsante,
Meu desejo de fogo
E de carne!

Para você: meus dedos!
Que incessantemente te escrevem.
E por horas te fazem poemas
E por horas te fazem feliz.

Para você: uns olhos!
Olhos não meus, mas que têm vontade.
Que te olham por trás das palavras
Escondidos nas linhas de meus poemas vivos
Que te conhecem
E te vivem.

Para você: o nada!
Pois de tudo que posso oferecer,
Te dou apenas o mínimo.
Uns versos que chama de belos,
Mas que perto do que te desejo dar,
São pequenos gestos da minha forma de te amar.

Para você: minha vida!
Minha vida calma
De um suburbano qualquer,
Sem maiores agitações e perigos.
Uma vida boa de viver a dois.

Um comentário:

  1. Eu também costumo escrever algumas coisas e depois descartar, por achar que não estão tão boas assim

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