O frio bate à janela
Na forma de gotas de chuva
Jogadas ao vento
Que sopra forte,
Molhando o pátio do fundo do prédio,
Escuro esguio e frio
Como parte do rio
Que leva a água corrente
Pelos batentes... Até a rua,
Seguindo o curso perene,
Da sarjeta suja
De plástico copos e corpos
(de bichos mortos)
Misturados aos resíduos afogados
E entupidos.
E eu, de dentro da minha janela,
Apenas vejo o frio chegar,
Enrolado no manto quente das portas fechadas e teto branco com luzes acesas, tinta e papel.
E essa mesma água que aqui bate,
Mais além invade
As ruas, os becos, as casas, as vidas, os corpos (agora de gente) que tentam fugir do barranco, da enconta, da enchente.
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