quebro a ordem sintática
dos versos
de um conjunto
de palavras
que chamo
poema
não tenho o mínimo respeito pelas normas gramaticais nem pela estética ou pela métrica
não sei rimar
nem fazer sonetos ou odes triunfantes
fujo completamente das características
que me juntem a um grupo
sou o que mais único há,
junto ao que de mais único existe já,
pois tudo é único na poesia,
pois tudo é reflexo de um eu
sobre um todo
me inspiro na paixão,
que me nutre
e me fortelece
na imagem de uma menina
(uma dita Michele),
cheio dos clichês mais baratos
comprados nas linhas
dos românticos inveterados
com versos
de simples palavras
soltas
e desgarradas
mil poemas me vêm e vão
numa pluralização
de emoções
e sensações
que me invadem em apenas um segundo
(em um olhar
nos olhos seus)
e com o tempo
como meu aliado,
pois já tanto vivi
e muito senti
nos meus poucos vinte e dois anos completos,
caso o acaso com o destino
e espero,
angustiado,
o momento sagrado
em que finalizo o poema.
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