quinta-feira, 17 de março de 2011

Meus olhos

As pálpebras pesam
E os olhos vermelhos tentam suicídio.

O sono
A cerca
A rede
A mata seca
Os olhos seguem a tudo
Minuto a minuto
Tentados à caírem.

Na cama
Largados sob os óculos
Vivenciam as lembranças
De um passado ótico
Visual
Ótimo
Casual
Como a roupa que visto
Que veste a cama
E envolve o copo
De quem se ama
Com o vinho tinto
Sangue do corpo
Mudo te chama

E pra que te minto?

Sou eu quem ligo
Nas noites de anos passados
Passado de noites de engano

E se eu não te amo?

Seria irônico saber a verdade.
Oh pobre alma!
Fique calma
O mundo não acabará até amanhã

Deixe o corpo descansar
Deixe o copo esvaziar

Um último gole
De ar,
De brisa de mar
De pés na areia
De olhar
Ao redor

E as meninas?
As pernas
As bundas
Enganam a idade
Esganam a saúde
Hormônio do frango

E eu nessa noite
Será tudo um sonho
Ou não essa noite
Talvez o ano inteiro
Ou eu por inteiro
Me vendam a carne

Os olhos já fecham
E não vejo mais nada
Só parte da cilada
Na qual Deus me pôs

Desligo a luz
A mente
A vida

No escuro reluz
A crente
Vadia

Bala na mente
Calibre imponente
Fim.

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