Afogo-me no negro mar de seus olhos,
Onde salvação alguma me convém.
Me deixe morrer em seus lábios
Suplícando amém,
Implorando aos Deuses
Só mais um beijo,
Antes do vento
Levar as ondas
No suor que corre do seu rosto
E, salgado, atinge um olho
Mar.
Como um marinheiro encantado pelo canto de uma sereia,
Entrego-me de corpo inteiro
À sua imensidão,
Que me puxa até as profundezas,
Lavando meu medo
De me entregar à solidão.
Minha sepultura deve ser feita sob seus braços,
Agarrados à mim,
Entrelaçados como raízes.
Tão convidativo o poema...
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