Das raízes do samba
Menina que roda
Na roda do tempo
Sua saia rendada.
Os pés já descalços,
Cansados, mas ainda intactos
Pela leveza com que dança
Quase flutuando.
Seus pés deixam o chão,
Seus braços envolvem um outro corpo
Que a levanta em movimentos sincronizados.
O chão molhado
Das bebidas ao redor,
Dos que aplaudem no ritmo da música
E se deixam levar pelo ré menor da canção
Dedilhado brilhantemente em um violão
Que emudece todo sinal de vida
E cala toda percussão
E paralisa todos os presentes
Que a veem sair delicadamente
Nos últimos passos de pernas trançadas
Abaixando procurando as sandálias
E sorrindo dentro do copo que a entregam
A chamando de menina do samba.
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