terça-feira, 27 de setembro de 2011

O corpo cansado não dorme.
Preciso desse sono
para que amanhã acorde
junto com o sol
 e solto do lençol
(mal esticado
pequeno
e pouco sujo)

domingo, 25 de setembro de 2011

Meus braços


Não há uma noite sequer
que eu não deseje ter
você
do meu lado,
ao alcance dos meus braços.

Flor na janela


De sementes em um saco
a um jarro de barro.
Flor plantada na janela;
bela,
deverá ela
ser,
quando crescer.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Quieta manhã

Tão quieta manhã,
manhã de quase primavera
ensolarada
e silenciosa

vassouras passeiam pelos chãos,
um pássaro pousa na janela
não me entrega nenhuma canção
e voa

algumas chaves balançam
nas portas que abrem
em cada destrancar de fechadura
tão nítidos
aos meus ouvidos

tão quieta manhã,
como deveriam ser
todas as manhãs.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Deveria estar dormindo,
mas o sono não me vem.
Moribundo sobre a cama
aproveito o quente que ela tem
a me oferecer,
nessa noite de frio
num inverno que chega tardio.

domingo, 18 de setembro de 2011

Esmero concreto

com
certo
esmero
vou
montando as partes
de um
poema 
concreto

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Escravo do cotidiano

Escravo do cotidiano
pobre coitado.

Todo dia
e ano

espera sentado

a volta de Cristo,
a paz no mundo,
o juízo final.

(Mas como o fim
é tradução de paz?)

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Neste minuto queria poder te abraçar
e deixar o tempo ir embora
sem nem me preocupar
se chove
ou se faz sol.